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Ovos fritos e crème brûlée

<segunda-feira, 7 de outubro de 2013 

“Se for necessário, frite um ovo” recomendou minha mãe, de manhã.

Suspiro.

Sério? Sério MESMO?!

“Bom, tá na hora do almoço”, disse o meu pai, eventualmente na hora do almoço, “frita um ovo, aí.”

Silêncio.

“Você... Sabe fritar ovo... né?”, disse ele, talvez meio incrédulo.

Suspiro.

“Pai”, falei num tom calmo, “eu já fiz uma lasanha quatro queijos sem ajuda nenhuma. Fiz Crème Brûlée.”

Silêncio.

“...nunca fritei um ovo.”

História da minha vida.

É difícil? Eu faço. Parece impossível? Feh, já fiz pior. Não dá p/ fazer sozinho? BAH!

É fácil? Er... Não. Não faço. Nem faço ideia de como se faz. Tem certeza de que é fácil?

Às vezes, o caminho mais longo é o mais rápido, não? Não?! Sério que não?!

Me parece impossível fazer o que as outras pessoas acham fácil. Talvez eu enxergue as coisas de um jeito diferente. Talvez eu só goste de complicar. Talvez, o que é difícil para os outros é fácil para mim e vice-versa. Talvez, só talvez, eu goste de ser a exceção da regra.

Acho que é como o cérebro funciona. Eu vejo algo complexo e entendo. Rodas dentro de rodas. Probabilidades e estatísticas. Como aquele jogo, em que eles te dão um objetivo, tipo fazer o revolver atirar, e te dão uma série de objetos para você fazer uma sequência absurda para que o revolver atire, sabe? Agora... e se não há rodas? Se não há longas equações mentais a serem feitas? E se não há objetos para serem adicionados no maquinário?

“Ah”, você me interrompe, “então você não consegue fazer coisas fáceis?”.

Não, eu não sou tão burro assim. O problema se torna que, a resolução é tão simples... Que eu esqueço. E toda vez que eu vou fazer esse “algo simples”, eu tenho que reaprender a fazer.

Como fritar um ovo.

Toda vez, eu tenho q reaprender a frita o maldito ovo. E os dois primeiros sempre parecem que foram atropelados por um carro.

Acho que há uma lição aqui. Deve ser “nunca me peça para fritar um ovo.”

Vociferado por Shimura-Aniki
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Meu Sonho Parasita - Parte 2: Dumah

<terça-feira, 12 de março de 2013 


         Hoje resolvi começar a escrever mais cedo; o sol ainda não se pôs no horizonte. Boldor está deitado ao meu lado descansando da longa caminhada, diferente de mim, que prefiro me sentar, encostar numa árvore e ouvir o som do vento passando pelos seus longos galhos e balançando suas folhas. Esse é meu momento preferido do dia; sem o calor, nem o frio, apenas o frescor que logo dará lugar ao gelo insuportável da noite. Odeio essa estação.
         Já faz uns dois dias que não escrevo nada, porém minha cabeça não parou um segundo sequer. Estive pensando sobre as notas que meu caro amigo fez questão de me ajudar a perder. Contei sobre coisas que passei, histórias que meus avós contavam e até descrevi meus malditos sonhos que me acordam quase todas as noites, mas em nenhuma dela eu falei sobre quem eu era ou como me chamava. Se eu não as tivesse perdido, elas poderiam deixar de ser meu legado e ninguém saberia sequer o nome desse desafortunado de Tavilmor.
         Pois bem, me chamo Dumah Damascor. Nasci em Tavilmor, no 14º dia de Verão, ano 2 da 7ª Era. Sou filho de Boldor Damarcor e Ophelia Damarcor. O nome da minha família é tradicional de Earor, bem a oeste de nossa capital Boreah, onde são cultivadas diversos tipos de frutas, especialmente damascos, pela excelente madeira de sua árvore e seu fruto saboroso. Vovó era cozinheira e participara de quase todos os Festivais da Torta de Outono, em Tavilmor. Ensinou tudo sobre pães, bolos e tortas à minha mãe. Além disso, vovó fazia uma sopa de cenouras tão gostosa que só de ouvir mamãe falar “Dumah! Vamos passear em Earor?” já me abria o apetite. Já vovô era bem diferente; ele era carpinteiro. Além de vender madeira para outras vilas, também fazia belas mesas e cadeiras. Às vezes se aventurava em tentar esculpir algo, mas a madeira do damasqueiro é muito dura, difícil de se manusear, e vovô geralmente desistia. A casa deles era cheia de obras inacabadas e eu adorava; era um passatempo sem fim tentar entender cada uma delas.
         Meus pais também eram de Earor. Minha mãe era órfã e vivia numa fazenda com sua tia Mada, que não cheguei a conhecer. Ela desapareceu algumas semanas depois do casamento deles. Não era difícil encontrar mamãe chorando por achar que ela tinha ficado triste com o casamento e fugido. Eu tentava confortá-la e dar esperanças, mas nem sempre conseguia; na verdade muitas vezes a deixava pior. Acho que se sentia culpada. Antes de se casar, ela ajudava na fazenda. Às vezes, faziam queijo para vender na vila, mas nem sempre era possível por causa da idade avançada da tia Mada. Também não conheci meu pai. Era apenas um bebê quando ele se foi e nunca soube muito sobre a morte dele; sempre que eu perguntava, ouvia que ele tinha morrido por uma causa nobre, mas nunca me diziam o porquê. Talvez não tenham me contado por eu ser apenas uma criança e poder não compreender, mas isso foi perdendo a importância com o passar dos anos. Gostava da ideia de ter um pai herói, além de me encher de alegria tudo o que falavam dele. Mamãe, meus avós e até os mais próximos em Tavilmor e Earor, diziam que ele foi um marido carinhoso, um pai dedicado e um trabalhador muito esforçado, além de um homem muito valente. Em nossa vila, diziam até que ele era como um mago dos trigos e que suas plantações pareciam estar tão vívidas e douradas como o fogo ardendo na ponta de uma tocha... isso me fez lembrar o dia do incêndio... já faz quase um ano...
...
Já escureceu. Armei nossa barraca e acendi a fogueira para aquecer Boldor e me ajudar a enxergar melhor o papel. Precisei de uma pausa para limpar o pensamento e resolvi aproveitar o tempo para cozinhar alguns peixes que peguei mais cedo. A propósito, preciso domesticar esse cachorro! Além de lebres, coelhos e raposas, descobri que ele gosta de perseguir peixes e sapos. Foi quase impossível pescar hoje. Tenho medo de que um dia esse ser escale uma árvore atrás de pássaros e derrubar uma colmeia de maribondos sobre mim!
         Continuando, minha infância foi como a de todo garoto comum de nossa vila: estudos, tarefas de casa, ajudar no trabalho, brincar e arranjar confusão até me tornar um adulto. Eu, com quase 23 verões e depois do que houve em Tavilmor; depois de perder tudo o que tinha, toda minha vida, decidi ir para Earor, mesmo sabendo que minha única família agora é meu amigo Boldor. Talvez se souberem quem eu sou, eu consiga me sentir mais à vontade para prosseguir minha vida lá, de alguma forma. Infelizmente minha jornada terá de ser feita a pé! Não tenho dinheiro para alugar qualquer tipo de transporte e, honestamente, estou tentando evitar certos lugares, como Boreah. O lugar é maravilhoso, mas cidades ou vilas maiores costumam olhar com certo receio para forasteiros e, no momento, não quero dizer quem sou e de onde vim. Não sei exatamente o que houve em minha vila e posso ser acusado de ter sido o responsável por sua destruição. As leis daqui são um pouco severas e sem piedade. O atual governador da capital é uma pessoa fria, que muitas vezes aparenta não ter emoções. É sim uma pessoa justa, mas se achar que alguém é culpado por algo, o infeliz precisará de uma boa prova de sua inocência ou sem dúvidas sua nova cama será ou numa pequena cela ou a sete palmos sob a terra. Por isso, terei que contornar a capital pelo sul, tornando minha viagem muito mais longa; acho que devo estar quase na metade do caminho, afinal.
         Estou com sono. Acho que isso já basta para contar um pouco sobre mim e minha família. Por mais pequeno que seja, este é meu legado e não quero perdê-lo. No entanto, agora terei que ser mais cuidadoso; se Boldor perder minhas notas novamente, saberão que são de Dumah Damascor, de Tavilmor.
...

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Meu Sonho Parasita - Parte 1: Boldor

<sexta-feira, 8 de março de 2013 

Meu Sonho Parasita é um projeto que eu tinha desde a época do Ensino Médio e decidi retomar / iniciar esse ano (embora a ideia tenha sofrido algumas alterações). Não vou apresentar uma sinopse; a princípio, assumam que estão lendo as notas de alguém que está registrando sua jornada para passar o tempo e se manter  firme e confiante. Estou postando no meu blog homônimo (sonhoparasita.blogspot.com) e também aqui no PUTZlog.

Espero que gostem e boa leitura.



Meu Sonho Parasita - Parte 1: Boldor

Maldita estação... odeio Outono.

Ainda é noite. Acordei a pouco e apenas a fogueira, já quase extinta, não me deixa congelar nesse lugar maldito. Essas semanas tem me tirado litros de suor durante o dia para mais tarde fazer meus ossos doerem durante a noite. Não fossem a pequena fogueira para me aquecer um pouco e minhas quase sempre diárias anotações para distrair os pensamentos, já teria deixado o pobre Boldor sozinho há tempos. Pobre animal! Essas noites também o castigam demais. Me sinto culpado por não deixá-lo dormir na barraca hoje, mas ele mereceu! Se não tivesse corrido atrás daquela lebre estupida, minhas anotações estariam comigo agora e não alimentando peixes no riacho que cruzamos na divisa do condado. Ele não é mais um filhotinho; tem que se comportar como um cão adulto... 

Me distraí observando Boldor tremer de frio e tive que pô-lo na cabana, pobre coitado. Desde que saímos de Tavilmor, ele é o mais próximo do que conhecia como família e... acho que ele pensa o mesmo de mim. Acho que já escrevi sobre nosso encontro inusitado, mas... gosto de lembrar daquele dia e, além do mais, graças a Boldor não há mais nenhuma das minhas anotações; posso escrever novamente sem me sentir repetitivo... na verdade, daquele dia a única recordação feliz foi encontrar Boldor.

Depois de tanto tempo vagando, já não consigo me lembrar com total exatidão quando foi aquele dia, mas me lembro dos campos de trigo, dourados como o sol, e dos pomares carregados de frutas; era Primavera. Tavilmor, minha pequena vila, lugar onde nasci, cresci e apanhei muito de minha mãe por roubar maçãs, ficava a leste de Boreah, capital de nosso condado. Era conhecida pelo famoso Festival da Torta de Outono. Todos os anos nossa pequena vila virava um formigueiro de pessoas querendo provar, comprar e participar do concurso de tortas. Diziam até que pessoas da realeza já vieram ao festival (pra mim, isso não passava de boatos). Minha mãe fazia tortas de maçã, uma receita que passava de geração em geração, a qual tinha um ingrediente secreto: suco de trigo fermentado. Era uma mistura de água, trigo, açúcar e arroz que era fermentada durante todo o ano e só retirada no dia do festival. Quando criança, chamava de "trigomel", porque se assemelhava muito com hidromel em tudo, menos o sabor. Puro tinha um gosto horrível de couro velho, mas nas tortas parecia que seres divinos as tinham preparado. Minha mãe vencia quase todo ano. Bons tempos...

Como dizia, aquele fatídico dia ainda era numa Primavera, muito longe da época do festival, e a vila estava tranquila. Minha mãe já tinha saído para cuidar do pomar, junto com as outras mulheres da vila, enquanto os homens cuidavam dos campos de trigo. Eu, como um homem adulto, deveria ter ido aos campos também, mas fiquei em casa para receber as sacas de arroz que chegariam naquele dia, como toda estação. Após uma espera que levou quase toda a manhã, a carroça de Taborcor chegou. Taborcor era nossa cidade vizinha, cultivadora de arroz e milho. Minha mãe se recusava a comprar arroz que não fosse de lá para fazer o "trigomel" para as tortas do festival. Depois de receber as sacas, percebi que já era hora que os trabalhadores voltariam para se alimentar, então arrumei a mesa com pão, cordeiro e um delicioso suco de maçã para receber minha mãe. Foi então que conheci o safado canino! Embora adorado pelas crianças, já era conhecido por suas traquinagens e roubos de comida. Sempre ficava atento com suas aproximações, mas, neste dia, ele conseguiu entrar em casa e se esconder (acredito que enquanto eu guardava as sacas de arroz). Com a mesma agilidade que uma raposa ataca uma galinha, o sarnento atacou o cordeiro sobre a mesa, arrancando um bom pedaço do suculento assado. Corri para fora e gritei:

– MALDITO ANIMAL SARNENTO!!!

Já um pouco distante, Boldor parou, olhou para mim com a carne na boca e disse:

– Humano tolo!

Tá, ele não disse isso; cães não falam! Mas se falassem, tenho certeza de que ele teria dito isso. Nunca fiquei tão enfurecido em toda minha vida, então peguei uma foice e corri atrás do desgraçado, disposto a pôr um fim no maldito e usá-lo como adubo para os trigos. Boldor correu em volta da fonte central, me fazendo correr como idiota por certo tempo, como um gato caçando um camundongo. Me enfureci ainda mais quando percebi as crianças rindo da minha cara. Cego de raiva, parti para cima de Boldor como um leão, mas tropecei e cai, ralando todo meu braço e jogando a foice longe. Boldor, veio até mim, lambeu meu rosto e correu. Maldito animal! Novamente senti que zombava de mim e já não me importava coma carne que ele havia roubado; nem sabia se ainda estava com ele, só queria esfolar o desgraçado. Num instante, levantei, peguei a foice e corri atrás do sarnento, que já estava correndo em direção a floresta próxima da vila.

Perdi a noção do tempo caçando Boldor na floresta. O sol já estava começando a se por quando o encontrei parado, como uma estátua.

– Rá! Agora você não escapa! – Pensei

Cautelosamente me aproximei, mas Boldor me farejou. Pensei que ele correria se me visse, mas ele apenas olhou para mim, latiu e volto a olhar para o nada. Me aproximei, agora curioso e não tão enfurecido (embora ainda com raiva). Ele olhou novamente e fez um pequeno ruído, como se estivesse com medo ou assustado. Numa ação instintiva, me abaixei, segurei levemente em sua cabeça e fitei seus olhos, como fazia com os cordeiros da vila quando assustados.

– O que foi, garoto! – Disse.

Ele novamente fez aquele ruído choroso, enquanto eu percebia um brilho em seus olhos. Pensei ser o reflexo das tochas que eram acendidas todas as noites nas ruas da vila, mas não; ela estava em chamas. Acho que minha raiva e determinação em pegar Boldor me tirou toda a atenção e, mesmo assim, não me perdoo por não ter ouvido nem visto nada antes. Corri em direção a ela, sendo guiado apenas pelo forte brilho alaranjado que vinha de lá. Pensava em minha mãe, nos trabalhadores, nas crianças que riam de mim mais cedo quando caçava Boldor; pensava que se não fosse por Boldor eu estaria ajudando meu povo; amaldiçoava o animal enquanto corria. Ao chegar, não pude usar a entrada principal, pois algumas árvores tinham sido derrubadas pelo fogo. Lembrei então que poderia entrar pela janela da pequena padaria; conhecia muito bem aquele lugar, já que levava o trigo até sua dispensa às vezes; seria fácil entrar, chegar até a fonte e usar a água para tentar apagar o fogo. Nunca tinha enfrentado tal situação, na verdade, minha única aventura foi caçar Boldor. Ao entrar pela janela da padaria, me deparei com um inimigo tão perigoso quanto o fogo: a fumaça. A irritação em meus olhos e a tosse constante, que quase me fez vomitar, não me deixavam prosseguir. Não conseguia me guiar até a porta da e creio que por muito tempo fiquei rodando como um pássaro desesperado numa gaiola. O calor também era insuportável, mas, com muito esforço, consegui sair e ver a fonte afinal. Tentei gritar por alguém, mas minha garganta estava machucada pela forte e praticamente constante tosse e pela fumaça. Nesse momento, depois de não ter dado nem cinco passos fora da padaria, minha visão escureceu. Desmaiei.

Mais tarde, ainda tossindo e atordoado, acordei do lado de fora da vila. Estava muito escuro e o fogo já a tinha consumido. Somente cinzas e pequenas brasas eram visíveis dali. Boldor estava deitado ao meu lado, olhando para o pouco que restara em pé. Ainda amaldiçoava o animal; ainda o culpava pelo ocorrido! No entanto... não podia deixar de pensar que talvez o sarnento ladrão de cordeiro tenha me tirado de lá. Talvez ele tenha me arrastado pela parte quebrada do muro, que por sinal me voluntariei para arrumar há semanas e havia me esquecido. Será que aquele ladrãozinho sarnento tinha me... salvado?

Dias depois, batizei-o de Boldor, em memória de meu pai. Sei que é estranho dar nome de pessoas a animais, mas mamãe sempre dizia que papai tinha morrido por uma causa nobre. Se Boldor me salvou mesmo, ele poderia ter morrido tentando me salvar; tentando salvar quem queria mata-lo por um mísero pedaço de cordeiro. Agora, sempre que olho para ele lembro que meu pai foi um homem honrado... Obrigado Boldor.

Já é tarde. Escrever sobre esse dia me entristeceu um pouco. Melhor por mais gravetos na fogueira e tentar dormir novamente.

...


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Vociferado por Unknown
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Metáforas

<quarta-feira, 12 de setembro de 2012 

As confusões que se passam na cabeça de um artista só podem ser compreendidas por outro artista. Os artistas entendem como funcionam as suas cabeças mas também é só.

Os detalhes de suas confusões são próprios o suficiente para algo que parece ser muito simples para um ser um verdadeiro cubo mágico pro outro e vice-versa

E mesmo os que sabem resolver um cubo mágico podem encontrar dificuldade em um simples jogo da velha.

Para os artistas isso é quase confuso.

Vociferado por Marcus Toledo
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Machismo Sexual

<quarta-feira, 14 de março de 2012 

- Bianca, quanto tempo que a gente se conhece? Uns 10 anos?
- Não, Diego, faz mais. A gente se conhece desde o segundo ano. Isso já faz, deixe me ver, caramba, 14 anos!
- Caramba, é mesmo. 14 anos de amizade! Sabe de uma coisa. Eu acho que nunca menti pra você.
- Eu também. Sempre fui sincera com você. Acho muito estranho quando duas pessoas próximas não são sinceras uma com a outra, como por exemplo...
- Por exemplo...
- Por exemplo, no sexo!
- No sexo!?
- Sim! Tipo, um casal que é sincero um com o outro no sexo é muito mais feliz.
- É... não entendi.
- Por exemplo, pensa num casal. Eles vão se encontrar pra sair, mas não marcaram nada em especial e ele tem um carro. Tudo indica que eles vão pro motel.
- É?
- Claro que é! Ai eles ficam de papo pro ar, conversando sobre o tudo e o nada, sem o que fazer, até que uma hora se atracam e vão pro motel. Na verdade os dois queriam transar, mas um não admitia para o outro. Se eles tivessem sido sinceros no começo eles já estariam transando antes.
- É, eu acho que faz sentido. Mas não seria muito, hum, grosseiro, um homem falar isso pra mulher na lata “ei, bora sair agora pra transar”?
- Não. Mulher também pensa em apenas sexo, sabia?
- Isso eu sei. Mas é estranho ouvir isso de uma mulher...
- Porque vocês homens ainda são machistas.
- Ei, eu não sou machista, mas acho estranho ouvir isso de uma mulher, só isso!
- Sei.
...
...
...
- Bianca.
- O que?
- Você transaria comigo?
- Eu? Bem, eu, sim, eu acho que sim. E você?
- Sim.
...
...
...
- Bianca.
- Fala, Diego.
- Você quer?
- Quero o que?
- Transar... comigo.
- Eu!?
- Sim.
- Mas... agora?
- É ué. Eu moro sozinho, você não tem hora pra voltar. Você disse transaria comigo e eu também com você. O que nos impede?
- Mas agora? Ainda é de tarde!
- Qual o problema? Precisa estar de noite pra transar?
- Bom... é melhor, né.
- Tá bom, então eu espero.
...
- Não, pera.
- O que foi agora?
- Diego, a gente não pode simplesmente marcar de transar assim!
- Por que não?
- Ah sei lá, é esquisito! Você vem do nada e me chama pra fazer sexo, sem conversa. É estranho!
- Hunf, depois eu que sou machista...

Vociferado por Marcus Toledo
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Retro-expectativa

<quinta-feira, 30 de dezembro de 2010 

É, eu sei, esse ano demorou para sair uma retrospectiva. O motivo é bem simples: Não conseguia escrever uma. Não foi porque eu estava ocupado; não estava tanto assim. Não foi porque eu estava sem vontade; estava pensando no que escrever desde o início do mês! O motivo foi simples: Não tinha o que escrever.

Claro, MUITAS coisas aconteceram, não foi como se o mundo tivesse parado e nada de importante tivesse ocorrido.

Você pode citar famosos mortos, acidentes catastróficos, epic wins e epic fails. Mas, como todo ano eu digo “melhor uma retrospectiva pessoal, porque retrospectiva do mundo, eu vejo na Globo”.

Quer dizer que nada de relevante aconteceu comigo esse ano?

Não. Não foi um ano de marasmo. Mas não foi um ano de grandes viradas. Do que adianta eu ficar aqui, falando das coisas que me ocorreram, que são as mesmas cosias que me ocorrem todos os anos? Taiko enchendo o meu saco? Check. Minha família me enchendo o saco? Check. A faculdade me enchendo o saco? Check. Eu, solteiro (e ninguém me enchendo o saco)? Check.

“Então, seu ano foi uma merda?”, você se pergunta. Nem de longe.

Coisas boas e, claro, se trata de mim, afinal de contas, coisas ruins aconteceram. Mas o mais relevante foi que eu aprendi algo que eu raramente faço (se é que alguma vez eu cheguei a fazer): Olhar para frente. Claro, eu digo isso no sentido figurado. (Eu olho para os dois lados antes de atravessar a rua, mind you.)

Existem pessoas que vivem olhando para trás, vivem o passado. Saudosismo, nostalgia. Pessoas que sempre lembrarão com carinho o passado, e dirão “ah, lembra como antes era melhor?”. Há aqueles que vivem olhando para a frente, sempre fazendo planos. Planos, expectativas. Pessoas que sempre tentarão estar pelo menos dois passos a frente, e dirão “ah, e depois, vou fazer isso, para conseguir aquilo”.

Eu sou o tipo de pessoa que olha para o chão. Sempre vivi o presente. Evito ficar pensando no passado e não penso muito no futuro. Exatamente por isso, todas as retrospectivas que eu fiz ao longo dos anos acabavam se tornando uma reflexão sobre a vida, no momento em que eram escritas.

Esse ano, porém, fui forçado a confrontar o passado que eu tanto evitei, tive que aprender a olhar para trás. Ao olhar para trás, aprendi a olhar para frente, e pela primeira vez em anos, eu tenho mais do que um plano para um futuro (que eu espero ser) próximo, ainda que alguns desses planos tenham sido idealizados por outras pessoas. (You know who are.)

Para mim, esse foi um ano de transição. Não foi um grande passo para frente, mas o mais importante, não foi nem um passo para trás, nem um tropeço. Tenho planos para o ano que vem. Diabos, tenho planos para os próximos anos. E, se tudo correr certo (vocês sabem, estamos falando mim), terei boas retrospectivas para contar nos anos que virão...

Vociferado por Shimura-Aniki
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O Inconsciente ~O Amanhã Nunca Morre~

<quinta-feira, 18 de novembro de 2010 

- Ah, faço isso amanhã...

- ...Você sempre diz isso.

- AAAAHHH! Quem é você??

- Sua consciência.

- Ah.

- ...

- Er... Como assim?

- Consciência, sabe? Aquela voz no fundo da sua cabeça?

- Hã, não, quero dizer, er, como assim “sempre digo isso”?

- Ah, sim. Você sempre diz “faço amanhã”. Ou “começo segunda-feira”. Ou “deixa para a outra semana”. Ou “melhor fazer isso mês que vem”...

- Hm...

- Pensa comigo: Existe amanhã?

- Existe, não existe? Quero dizer, a não ser que o mundo acabe ou eu morra...

- Não, não existe.

- Não?!

- Pensa dessa forma: Se hoje é segunda-feira, 23:59 e vira terça-feira, 00:00... O amanhã virou hoje. O amanhã é quarta. Sempre haverá um amanhã, mas o amanhã nunca será hoje.

- Mas, mesmo assim, o amanhã existe.

- Mas você nunca fará algo amanhã. Você faz hoje.

- Isso é tudo muito filosófico.

- Filosófico, não; Psicológico. Quando você deixa as coisas para amanhã... Sempre terá um amanhã. Como você mesmo disse, até o mundo acabar ou você morrer... E ainda assim, o amanhã ainda existirá. Quando você deixa para amanhã, você está protelando indefinidamente sua resolução.

- Tem certeza que você é minha consciência? Não lembro de falar tão difícil assim...

- O mesmo ocorre quando você deixa “para segunda”. Existirão 52 segundas-feiras ao longo do ano. Centenas ao longo da sua vida, dependendo da sua longevidade.

- Você tá inventando algumas dessas palavras, né?

- Ou quando você deixa para outra semana? Ou outro mês?

- Ok, Sr. Eu-Sei-Palavras-Difíceis, o que faço então?

- Estabeleça datas. Ao invés de dizer “faço segunda”, diga “farei dia 19 de Novembro de 2010”. Haverá outro 19 de Novembro de 2010? A não ser que você ache no eBay um DeLorean DMC-12 com um Capacitor de Fluxo e o Mr. Fusion, acho improvável.

- Uau. Além de palavras que ninguém usa, sabe cultura Cult. Você deve ser a consciência mais cool de todas.

- Obrigado. Mais importante do que isso... Por que adiar os planos? Por que deixar para outro dia?

- Ah, porque nem sempre dá para fazer na hora...

- Mas SEMPRE alguma coisa atrapalha? NUNCA é possível fazer as coisas no momento?

- Er... Bom... Veja bem...

- Claro, marcar dias é uma boa forma de impossibilitar os constantes adiamentos dos planos, mas... Como diriam, não há melhor hora do que o agora.

- Mas nem sempre é o momento certo!

- Quando é o momento certo? Quando os planetas se alinharem? No Equinócio? Solstício? Quando o cometa Halley passar?

- Mas... existem... situações...

- Não existem momentos perfeitos. Não existem momentos certos. Existe o momento que você faz. Ponto.

Nota: O final é meio brusco, né? Parece incompleto, né? Pois é, é porque ESTÁ incompleto! Eu escrevi essa histôria faz muito tempo, deixei para arrumar o final outro dia e nunca mais mexi nela. Mexendo nos meus arquivos, eu a reencontrei. Quando fui revê-la, percebi... Que tinha escrito uma data aleatória no texto e, coincidentemente, É AMANHÃ! xD

Vociferado por Shimura-Aniki
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