É, eu sei, esse ano demorou para sair uma retrospectiva. O motivo é bem simples: Não conseguia escrever uma. Não foi porque eu estava ocupado; não estava tanto assim. Não foi porque eu estava sem vontade; estava pensando no que escrever desde o início do mês! O motivo foi simples: Não tinha o que escrever.
Claro, MUITAS coisas aconteceram, não foi como se o mundo tivesse parado e nada de importante tivesse ocorrido.
Você pode citar famosos mortos, acidentes catastróficos, epic wins e epic fails. Mas, como todo ano eu digo “melhor uma retrospectiva pessoal, porque retrospectiva do mundo, eu vejo na Globo”.
Quer dizer que nada de relevante aconteceu comigo esse ano?
Não. Não foi um ano de marasmo. Mas não foi um ano de grandes viradas. Do que adianta eu ficar aqui, falando das coisas que me ocorreram, que são as mesmas cosias que me ocorrem todos os anos? Taiko enchendo o meu saco? Check. Minha família me enchendo o saco? Check. A faculdade me enchendo o saco? Check. Eu, solteiro (e ninguém me enchendo o saco)? Check.
“Então, seu ano foi uma merda?”, você se pergunta. Nem de longe.
Coisas boas e, claro, se trata de mim, afinal de contas, coisas ruins aconteceram. Mas o mais relevante foi que eu aprendi algo que eu raramente faço (se é que alguma vez eu cheguei a fazer): Olhar para frente. Claro, eu digo isso no sentido figurado. (Eu olho para os dois lados antes de atravessar a rua, mind you.)
Existem pessoas que vivem olhando para trás, vivem o passado. Saudosismo, nostalgia. Pessoas que sempre lembrarão com carinho o passado, e dirão “ah, lembra como antes era melhor?”. Há aqueles que vivem olhando para a frente, sempre fazendo planos. Planos, expectativas. Pessoas que sempre tentarão estar pelo menos dois passos a frente, e dirão “ah, e depois, vou fazer isso, para conseguir aquilo”.
Eu sou o tipo de pessoa que olha para o chão. Sempre vivi o presente. Evito ficar pensando no passado e não penso muito no futuro. Exatamente por isso, todas as retrospectivas que eu fiz ao longo dos anos acabavam se tornando uma reflexão sobre a vida, no momento em que eram escritas.
Esse ano, porém, fui forçado a confrontar o passado que eu tanto evitei, tive que aprender a olhar para trás. Ao olhar para trás, aprendi a olhar para frente, e pela primeira vez em anos, eu tenho mais do que um plano para um futuro (que eu espero ser) próximo, ainda que alguns desses planos tenham sido idealizados por outras pessoas. (You know who are.)
Para mim, esse foi um ano de transição. Não foi um grande passo para frente, mas o mais importante, não foi nem um passo para trás, nem um tropeço. Tenho planos para o ano que vem. Diabos, tenho planos para os próximos anos. E, se tudo correr certo (vocês sabem, estamos falando mim), terei boas retrospectivas para contar nos anos que virão...
Vociferado
por Shimura-Aniki
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