Eu estava no carro. Ouvindo rádio. Meu pai ouve a Alfa. Alfa toca música velha. A música é um elemento fascinante. Ela pode ser só uma música ou ser uma “trilha sonora”.
Não, não estou falando de filmes.
Certas músicas ganham um extra, se tornam algo maior; elas podem se tornar parte da sua memória. Você as ouve e as associa a alguma coisa, uma lembrança, boa ou ruim, diretamente ligado a você ou não. Kiss from a Rose, do Seal, por exemplo. É uma música com uma melodia agradável e uma letra belissima... Mas, invariavelmente, me lembra de Batman Eternamente, Val Kilmer como Bruce Wayne e a lista se aprofunda e afunda minhas memórias.
Mas enfim, música velha. Eu estava ouvindo o rádio, a Alfa, e tocava música velha, como sempre. E começou a tocar Wishing on a Star, da Rose Royce. Você sabe, aquela que é mais ou menos assim “I’m wishing on a star / follow where you are / I’m wishing on a dream / to follow what it means”.
...Ah, qualé, eu sei que você conhece essa música! ... Ok, a música é essa:
Enfim, toda vez que eu ouço essa música, me vem a memória do caso do Guilherme de Pádua, você sabe, o ator que matou a filha da Glória Peres, que era o par romântico dele na novela. Afinal, essa música era o tema deles.
Isso foi a, o que?, 15 anos atrás? Mais do que isso? E ainda assim, não consigo não relacionar essa música com o caso. Lembro vagamente do rosto dela e ainda mais vagamente do rosto dele. Mas a primeira coisa que eu penso quando ouço a música é “Yasmim”, que agora eu não sei se era o nome dela ou se era o nome da personagem.
Existem outras músicas que me trazem memórias, claro. Born to Raise Hell, do Motörhead sempre me lembra da primeira vez que eu OUVI Motörhead, porque foi Born to Raise Hell mas tinha o Ice Cube e o Whitfield Crane, vocalista do Ugly Kid Joe (alguém se lembra deles?) cantando junto, e era trilha sonora do filme Air Heads – Os Cabeças de Vento. Ou ainda Love Me Do, dos Beatles, que me lembra que eu comprei a coletânea dos Beatles para minha mãe e ela preferia que eu tivesse comprado o álbum novo do Roberto Carlos. Ela nunca me disse isso, mas não precisava ser gênio para perceber. Easy, na versão do Faith No More, sempre me lembra das minhas primeiras interações com a MTV. Ou Adultério, do Mr Catra (sim, a música E o “cantor” tem nomes), não tem como eu não lembrar dos (não tão bons, porém hilários) dias na praia.
Talvez devessemos ter alguém que cuidasse da trilha sonora de nossos dias. Quando entrassemos em algum lugar ou quando fossemos falar, uma música tocaria, nosso próprio “Character Theme” ou “Image Song”. Poderia trocar a cada ano, como se fosse um fim de temporada! Eu gostaria que a minha trilha sonora fosse um Speed Metal, por favor. De preferência, Sex Machineguns.
E um fato final sobre música e memória: Como é Grande o meu Amor por Você, do Roberto Carlos. Essa música tem um gatilho mental em mim e na minha mãe. Quando eu estava no prézinho, eu tive que decorar essa música, porque iamos cantar no dia das mães. A história é longa, conto outro dia, mas basta saberem que até hoje eu sei cantar essa música...
Vociferado
por Shimura-Aniki
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