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Conto de Fadas da Era Feudal - Shikon no Tama

<segunda-feira, 26 de abril de 2010 


Foi também nesta mesma época que eu conheci os famosos e finados "distros". Numa época em que a distribuição via IRC ainda estava engatinhando e os torrents ainda eram apenas substantivos para algo em grande quantidade, os "distros" eram grupos de fãs que reuniam e compilavam o trabalho dos "subbers" e cobravam um pequeno ágio em cima do valor das mídias para você receber animes com qualidade de vídeo duvidosa para curtir no conforto do seu lar. Animes estes que podiam demorar anos para chegar ao ocidente, ou até mesmo nunca chegar.

Bom, aí a escolha para um dos primeiros animes da leva de 4 CDs que encomendei - e que, para a época, renderam horas e horas de diversão - foi meio óbvia: InuYasha já possuia alguns episódios legendados que eu com certeza inclui na lista dos animes que encomendei. Encomendei, claro, em meio a protestos e descrença de muitos: se hoje em dia é complicado confiar em alguém na Internet, imagina no passado - com o agravante do produto ser algo até então desconhecido pra maioria.


Alguns dias depois, mais rápido até do que eu imaginava - e mais rápido também da encomenda que fiz na China há quase um mês e que ainda nem chegou ao Brasil - chegava em minha casa os CDs. Repletos de horas de animes desconhecidos e novos. Conheci mais sobre comédias românticas, que mais tarde viriam a inundar as TVs brasileiras. Conheci animes sobre a história e lendas japonesas, que mais tarde viraram hits cult no mundo inteiro. Não, eu ainda não havia conhecido Shin Seiki Evangelion, que tratei com meu conhecido censo de pré-conceito anti modismos. Mais tarde me arrependi de ter agido assim, claro, e talvez por isso mesmo fui mais brando com Death Note e acompanhei desde os primórdios a modistica saga de Kira e L. O importante aqui é ressaltar que eu havia assistido então a primeira meia dúzia de episódios de InuYasha.



Lembro até hoje de como a abertura e o encerramento me cativaram. Change the World [V6] e My Will [Dream] eram perfeitas para o ritmo do anime. E isso se manteve nas demais músicas escolhidas para a trilha sonora do anime. Destaque para as saudosas Grip! [Every Little Thing] e Angelus [Hitomi Shimatani], nas aberturas, e Fukai Mori [Do As Infinite] e Every Heart [Kwon Boa], como encerramentos.


Não só as músicas, mas a temática. As histórias. Simples, porém eficientes. Não eram tristes a ponto de fazer você chorar de emoção (não dá pra comparar o assassinato da tribo de caçadores de youkais do Kohaku com a morte da Lisanna, em Fairy Tail, por exemplo). Mas todos os grande dilemas em InuYasha tinham um ponto em comum, que fazia toda a série ter seu valor. Tudo remetia ao vilão: Naraku. Ele, sim, o personagem principal da série.





Não preciso esconder meu fraco por vilões. Uma boa série, pra mim, é uma série com um bom vilão. Isso funciona até em novelas. As duas novelas que fiz questão de acompanhar e, até hoje, adoro e cultuo, são justamente as que tinham as melhores vilãs, na minha opinião: Bárbara de "A Cor do Pecado" e Flora de "A Favorita". Bons vilões não são paisagem. São épicos. Fazem você os odiar enquanto os ama. Faz você, na maior parte do tempo, torcer por eles, e não pelos mocinhos. Até porque quem precisa de motivos são vilões: ser mocinho é sempre muito fácil porque todo mundo sempre vai estar do seu lado.

Naraku é um exemplo de vilão. Forte, manipulador, sarcástico e, claro, louco. Por um amor raivoso e  doentio que nutriu por uma sacerdotisa, ele ferrou com a vida de muita gente. Não tinha parceiros e sim criava seus próprios seguidores, que de tão maus como o criador, acabaram se voltando contra ele. Tinha dias que eu odiava o InuYasha e seu grupo, odiava o Sesshoumaru e seu grupo. Mas não tinha como [não] odiar o Naraku. Ele era o cara.

Talvez por tudo isso que InuYasha participou tanto da minha vida. Assisti a série às tardes no Cartoon Network. Depois acompanhava nos corujões de final de semana as mini maratonas que haviam. Quando reprisou à meia noite, eu assistia em espanhol, para ajudar a tentar não bombar em Espanhol da faculdade. Quando o Cartoon simplesmente ignorou os últimos episódios eu baixei legendado (sim, já estavamos livres do ágio dos "distros") e conclui a saga. Li o mangá até o momento em que encheu e depois voltei a ler, para ver o final. E, claro, como todo mundo, esperei com a maior ansiedade o "Kanketsu-hen" (Capítulo Final) concluindo a saga em anime. E, quando chegou, fui surpreendido. Tinha algo de diferente...

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Vociferado por Júnior Pessoa
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