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Conto de Fadas da Era Feudal - Prólogo

<sexta-feira, 16 de abril de 2010 

O ano é 1999. Estava na oitava série do ensino fundamental e estudava pelas manhãs. Não sei por qual motivo, era uma manhã e estava em casa. Talvez fruto de aula vaga, talvez fruto de má vontade, o fato é que não estava na escola e, sendo assim, acompanhava o programa da Eliana nas manhãs da Record - naquela época a Eliana ainda era uma apresentadora de programas infantis e a Record ainda era uma TV sem muita visibilidade.

Foi quando eu me surpreendi com um desenho que ainda não tinha visto. Falava sobre um garoto que capturava monstros para se tornar um mestre. Pokémon havia estreado há pouco tempo e já vinha se tornando febre. Mundial, alias. Foi o meu primeiro anime, mesmo antes de eu saber o que eram animes. O interesse no anime acabou me fazendo pesquisar mais sobre ele, na Internet - numa época em que Google era apenas um site iniciante e não existiam Wikis e redes sociais, além dos fóruns. Descobri o que eram animes e descobri que Pokémon era, inicialmente, um jogo de Game Boy - e foi aí que começou minha jornada que hoje já ultrapassa 500 horas dedicadas a capturar e lutar contra Pokémons. 



O fato foi que esse primeira impressão sobre animes foi uma ótima impressão. Logo eu comecei a assistir outros animes na TV e pesquisar sobre outros pela Internet. Já era o ano 2000, o mundo não tinha acabado e eu continuava aprimorando meu gosto por animes e cultura japonesa. Mas o grande foco ainda era Pokémon. Foi uma época em que Pokémon passava cinco, seis, sete vezes ao dia, era uma invasão planejada para dominar as telas da televisão. Bons tempos aqueles em que eu sabia de cor o nome de todos os 151 Pokémons, na ordem.

Em 2001 meu gosto aumentou tanto que começou a ultrapassar as barreiras da tela da TV. Foi quando eu descobri que haviam pessoas que se reuniam para assistir e discutir sobre animes. E ainda tinha pessoas meio loucas que se vestiam como personagens de animes. Os tais eventos de animes me chamaram a atenção, e um em especial foi minha estréia nesta terra louca: Anime Expo. Todos os domingos, às 8h00, um grupo de pessoas se reunia em um teatro lá perto da Paulista para assistir animes que não passavam, e talvez nunca passariam, na TV brasileira. Lembro até hoje de como era empolgante acordar cedo em um domingo pra fazer o trajeto mais longo até então que havia feito sozinho na minha vida para assistir animes que ninguém mais conhecia, além de um seleto número de outros fãs. 


Em especial, sempre me lembro de como era "novo" descer pela Frei Caneca, em uma época que eu nem imaginava que aquela rua se tornaria, no futuro, parte da minha história. Interessante lembrar de como eu não entendia quem eram aqueles homens bombados e mulheres com aparência estranha em frente à um prédio de cor escura, que sempre estava aberto naquela hora, com pessoas saindo com cara de satisfeitas e, principalmente, quem eram as pessoas com cara de que não haviam dormido há noite, e nem deveriam dormir tão cedo em frente à um bar com cara de boteco, mas público de pub.

Mas deixando essas lembranças de lado, lembro de, logo nas primeiras vezes que fui ao Anime Expo, ter sido contemplado com a experiência de poder acompanhar dois ótimos animes, que eram também os preferidos dos organizadores, estes desconhecidos até então: um tal de Peixoto e seu amigo César. Já os animes eram tão desconhecidos quanto por aqui: Urusei Yatsura e Maison Ikkoku. Claro que era notável que ambos animes eram feitos pela mesma pessoa, pois o ritmo, os personagens, o ambiente, tudo parecia ligar um ao outro. E, após mais e mais pesquisas pela Internet - e vocês não imaginam quanto isso era difícil antigamente para um fã de animes na vanguarda da invasão. Descobri que ambos animes eram feitos por uma mesma autora, uma das mais conhecidas e aclamadas no Japão, e no resto do mundo: Rumiko Takahashi. Descobri também que ambos os animes, Urusei Yatsura e Maison Ikkoku, já eram antigos. Ranma 1/2 era o trabalho mais atual dela - que logo pude também ser apresentado nas manhãs de domingo do Anime Expo - e ela havia começado há pouco tempo um novo trabalho. Uma nova série que fugia bastante das comédias românticas de outrora. Uma série que ela chamava de o Conto de Fadas da Era Feudal - Sengoku Otogizōshi. Era o InuYasha.


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