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Tendências ~A Doença da Gripe do Peixe~

<sexta-feira, 7 de agosto de 2009 

A vida imita a arte. Sempre me disseram isso. Então, eu imagino... Isso quer dizer que vampiros existem? Que existem caras que se vestem com colantes que representam animais e combatem o crime? Que no futuro, estaremos em guerra... contra robôs assassinos ou alienígenas ou a natureza?

O futuro, aliás, é bem interessante. Quando eu era novo, o futuro nos filmes era diferente (seria esse o “futuro do pretérito”?). O universo era uma utopia, onde todos usavam roupas de alumínio que cobriam o corpo inteiro, e era ameaçada por vilões malignos que não usavam roupas de alumínio que cobriam o corpo inteiro e eram derrotados por heróis que também não usavam roupas de alumínio que cobriam o corpo inteiro. Há uma lógica aqui, mas falo dela daqui a pouco.

O futuro “atual” (“futuro do presente”?) é diferente. Estamos em guerra. Contra o quê? Sei lá. Robôs inteligentes. Alienígenas conquistadores. Catástrofes naturais. Aí, sobram duas escolhas: Ou você luta, e usa um uniforme militar americano ou você é um mero sobrevivente, e usa trapos. Aqui, os robôs têm todos a mesma cara. Os aliens também. As catástrofes... Bom, são todas iguais, né? Mas o mocinho, ah, esse é diferente. Ele usa os mesmo uniformes ou trapos, mas sempre tem algo de diferente, seu cabelo, sua roupa rasga, sei lá. Os vilões também. Eles são AI ou são aliens maiores ou são... Deus, sei lá.

E aqui é ponto principal disso: a lógica por trás é a crítica à sociedade sem mente, onde todos são iguais, sem individualidade. Onde as pessoas se adaptam para serem aceitos. “O azul é o novo vermelho”, dizia Wall-E. Menos o mocinho. E o vilão. Eles são diferentes. Mas quem quer ser diferente?

E qual a diferença do “futuro” com o nosso presente? Você não vê pessoas usando a mesma roupa nas ruas? Vestidas da mesma maneira? Lendo as mesmas coisas, falando dos mesmos assuntos e ouvindo as mesmas músicas? O futuro chegou?? A arte imita a moda, ao que me parece. As tendências não são uma exclusividade do futuro. Os filmes do passado sobre o futuro, se soubessem de ante mão, não fariam o distante ano 2000 com roupas de alumínio, mas sim blusas da Onbongo (se bem que a moda agora é Ecko, né?).

E de onde vem a “moda”? Quem deu a luz a essa quimera que é a “tendência”? Eis como eu vejo: Algum imbecil famoso faz algo diferente. Sei lá, usa um tipo de roupa especifica que faz ele parecer um Power Ranger, usa a blusa do avesso, usa o boné no cotovelo e a manga da camisa no pescoço, sei lá. Daí, os imbecis que gostam do imbecil famoso começam a se vestir como ele, porque são robozinhos sem imaginação (OMFG! ROBÔS!!!). Os imbecis amigos dos imbecis que gostam do imbecil famoso começam a se vestir igual também, porque, bom, se todos se vestem assim... Mas, podemos dizer que o primeiro imbecil, o famoso, lembra dele?, inventou alguma coisa? Que foi visionário? Nem. Nada se cria, tudo se copia ou improvisa. Muito do que vemos hoje é idéia reciclada. Uma coisa que já foi cool, virou cafona, foi esquecida e, de repente, BAM!, volta a ser cool. Ou às vezes, é algo que algumas pessoas faziam... Mas não era popular.

Acho que estamos realmente nos aproximando do futuro. Quero dizer, antes era o estilo, ou uma gíria, ou até os programas de tv... Agora, TUDO segue tendências! Veja bem, antes, havia o chá verde. Até outro dia, ele era único. Mas aí surgiu o chá branco. Ontem, eu vi o chá amarelo. CHÁ AMARELO?? O que falta? Chá azul? Chá lilás? Chá arco-íris? Os refrigerantes agora se dividem em “puros”, “com toque de alguma coisa” e “zero”. Diabos, até as doenças agora seguem tendências! Primeiro, existiu a Doença da Vaca Louca. Depois, a Gripe Aviária. Agora, a Gripe Suína. Qual a próxima? Gripe do Peixe? Cuidado, se você vir um peixe espirrando, você pode ser contaminado! No fim, é tudo variação do mesmo tema. As roupas, os estilos, as comidas, as doenças...

Parece que o mundo está caminhando ante um abismo. Afundando num poço de piche. Sendo digerido lentamente por aquele monstro de areia no começo do “Retorno de Jedi”...

Dramático, né? Queria um final de impacto. A verdade é que o mundo está estagnado. Aí, alguém vem e muda tudo, deixando tudo igual ao que era antes... Somos escravos da repetição sem mente. Tudo isso, para sermos aceitos. No fim, moda imita a vida.

Vociferado por Shimura-Aniki
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